sábado, 27 de maio de 2023

Quão vanguardista eu seria se,
Digo, apenas se, eu não fosse "eu"?
O quão derivado é o que é meu?
O que de novo traz minha arte, em si?

Seria apoteótico se eu tentasse
Criar nova arte como um deus ateu?
Iluminaria os mortais, como Prometeu,
Se eu também mortal não fosse?

Espaço-tempo do futuro do pretérito,
Teria nascido meu poeta favorito.
Ser aquele para quem se diz amém.

No futuro do meu passado diferente,
A poesia queimaria sem comburente.
Lá, tão somente, eu seria Jorge Ben.

V.

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