Siga-me e comeremos a Sorte.
Roubaremos o néctar da escuridão,
Encheremos as veias de devassidão
E riremos da cara cínica da Morte.
Acredite, a Vida não devolve caução.
Não importa o tamanho do aporte,
Ou da reza para Cibele, a Consorte
Do Tempo, tu serás devorado. Em vão.
Então, nessa noite, viveremos, enfim.
Beberemos da água de beber, que Jobim
Trouxe da fonte do Poeta medroso.
Quando estivermos ébrios o suficiente,
Espero que a estrela da manhã nos atente.
Darei à minha vida um final esplendoroso.
V.