Passarei outro período longe dos clichês.
Aposento compulsoriamente minha pena.
Não decorei o texto da minha última cena,
E gastei o que restava da voz nos karaokês.
Aposento compulsoriamente minha pena.
Não decorei o texto da minha última cena,
E gastei o que restava da voz nos karaokês.
No palco, calado: esqueci como se fala poetês.
Desço sob vaias, gritos, cada palavra obscena!
Empalideço enquanto a criatividade gangrena,
E tudo que me vem à mente é: talvez, talvez!
Talvez seja o momento certo de ficar calado.
Talvez eu mereça sair de cena escrachado.
Sou testemunha de cada merda que aprontei.
Sinto-me indigno de rimar, não sou poeta,
Sou uma pessoa ordinariamente abjeta.
Com essa última poesia engasgarei e morrerei.
V.
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