segunda-feira, 25 de abril de 2011

Eis o grande mistério da fé
Eis o mistério: Existe fé
Eis a fé, o grande mistério
É misterioso como algo assim existe
É inexplicável, como acreditar nela?
Apenas tendo fé que ela existe,
Isso é o que a torna tão inconcebível 
Pois apenas a fé justifica a fé
Eis o mistério.


Júnior, V. Aguiar de Lima.
Palavra puxa palavra
Puxa das profundezas
Do escuro
Do inabitável mundo de dor
"Que mundo seria esse?"
"Será real?"
A dor é real, o mundo não
A dor constrói algumas paredes
E quando nos prende
Pensamos não ter saída
"Mas há uma saída?"
Essa resposta não pertence a mim
Pode você,
Sair do mundo de dor 
Que você mesmo criou?


Júnior, V. Aguiar de lima.
O Louco e o Macabro, parte III :

De maneira sarcástica, falou o Macabro:


"Ainda não compreendi o que você quis dizer
Minhas palavras são as mesmas que você usa
Falar bonito não implica ser bonito ou coisa do tipo
Você se perde nas suas próprias palavras
Talvez seja por isso que lhe chamem de Louco
E, o maior erro da louco é ignorar a loucura
Achar que eu não existo pode ser perigoso
Pois não acreditar em mim não fará com que eu não exista
Minha existência aqui tem apenas um propósito 
E você não parece ligar muito para ele
Cuidado, jovem Louco, cuidado
Olhe onde pisa, e firme seus pés onde há segurança
Firme-se na Loucura."



Com astúcia, retrucou o Louco:


"Realmente não lhe entendo
Seus discursos são contraditórios
Dignos de um verdadeiro louco, eu diria
Primeiro diz que não sou louco,
Depois manda eu firmar-me na loucura
Mas lhe digo, velho Macabro
A loucura é apenas ponto de vista
E na minha concepção
Ela pode ser encarada como Macabra
Com o tempo, o tenebre Louco se torna Macabro
E isso explica muita coisa aqui já dita."



Júnior, V. Aguiar de Lima.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Entre os dois mundos conhecidos
Eu vivo a vagar cabisbaixo
Saindo de um mundo para outro
Colhendo informações sobre mim mesmo
No primeiro mundo, o Corpo, descubro o que quero
E no segundo, a Alma , desvendo quem sou
Juntando os dois tem-se o limite arbitrário
Que os ocultistas chamam de Ser
Arbitrário pois cada um tem seu próprio limite
E cada limite tem sua própria interpretação
Que difere para cada Alma e Corpo
E que se une para formar cada Ser.


Júnior, V. Aguiar de lima.
Ventilador

Pequeno ventilador no três
De fato não gosto de Ti
Vejas o que tu me fez
No me quarto de dormir

De noite quero deitar-me
Com cobertor me enrolar
Contigo fico a me virar-me
Fico sempre então acordar

Meu quarto quando escuro
Eu posso teus ventos sentir
Meu olhos perdem o seguro
Nas noites não posso dormir

Te diminuo coloco-te no um
Então tu ficas pouco calado
Ouço apenas zumbido algum
Tento então dormir descansado

Única coisa mexendo no escuro 
E eu vou perdendo minha moção
Na minha cama estou bem seguro
Teus ventos poucos me são

Pequeno ventilado no um
De manhã te desligo saindo
De ti não sai mais vento algum
Enquanto o sol vai surgindo.


Leomir Oliveira.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Louco e o Macabro, parte II 


Continuou o Macabro:


"Pode a inspiração lhe interpretar?
Ahh... Agora entendo, não foi você quem disse
As vezes também me pergunto o que eu quis dizer,
Sendo que não foi eu quem disse também
Pode ser que eu não lhe entenda
Pois suas palavras nada para mim são
Apenas mais um discurso debochado
Onde de novo me contradigo...
Não me importo se ficará zangado
Mas digo-lhe que para mim não existem loucos
Porém a tenebre loucura existe 
E você não parece possuí-la."

O respondeu o Louco:

"Aceito sua descrença
E não me zango por isso
Mas também não acredito que você,
Que tanto fala palavras bonitas
Seja obscuro a ponto de ser taxado de macabro
Não pelo vocabulário, claro
Mas sim pelo seu modo de pensar
Minha descrença se baseia no que não vejo
O que não vejo me mostra o que não existe
O que não existe fala que não o entendo
O entendimento desaparece 
Por isso acredito que nada de macabro você tem
Por isso acredito que você não existe."


Júnior, V. Aguiar de Lima.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Como de costume, costumes eu como
Devoro dogmas e lendas
Aprendo com eles, e com eles, não aprendo
Eles não ensinam, mas ensinam muitas coisas
Muitas palavras são ditas, mas nenhuma diz nada
É aí que está a beleza da coisa,
É aí que está a feiura dos dogmas.

Júnior, V. aguiar de Lima.
Que se cale,
Que se mate
Nada mais para dizer
Nessa vida
Curta
Difícil
Sem razão para viver
Seria a vida
A própria razão,
O propósito e a redenção?
A condição
Ou a falação?
...
Que se cale,
Que se mate
Nada mais para dizer.

Júnior, V. Aguiar de Lima.