segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não me importo se me chamam de louco
Vivo como quero viver, penso como quero pensar
Porém para olhos 'comuns' meu pensamento é loucura
E para os verdadeiros loucos sou apenas um cara 'comum'

Mas é assim que a vida se mostra sempre
Como um hospício cheio de pensamentos divergentes
Onde os internos estão presos dentro de si
E dificilmente um dia se libertarão dessa prisão

Uma coisa digo-vos: Esta prisão é a pior
Como se sentiria preso dentro de você mesmo?
Achando que, mesmo preso, está livre... Trágico!
E vivendo apenas para ser tachado de maluco... 

Porém a chave para se libertar da loucura está bem ali
Onde somente você pode alcançar sua chave individual
Basta quebrar o espelho que está à sua frente
Penetrando na sua cabeça por de trás dos seus olhos.

Júnior, V. Aguiar de Lima.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Eis meu poema mais aclamado
Outro texto antes nunca foi tão falado
E para provar-lhes que este é o melhor
Chamo a mim para narrar este texto-mor

Vocês podem pensar que isso não é prova
Mesmo que eu narre nada seria mostrado
Quer dizer, nada que lhes saltasse aos olhos, é claro
Poderia deste modo ser encontrado

Mas confiem em mim, este é o melhor
Pois falando isso apenas eu me arrisco
Pode até ser que eu esteja sendo ousado
Por minha mão, por isso, no fogo pôr

Mesmo que não aceitem não guardo rancor
Eis a dificuldade de eleger algo singular
Mas foi-se o tempo dos textos sobre ódio e amor
E um novo tipo de texto, este é claro, deve-se aclamar.

Júnior, V. Aguiar de Lima.
Tempo curto tempo
Coordenada do meu viver
Não para em nenhum momento
Constrói e destrói
Está sempre mudando
Mas nunca voltando
Por me preocupar tanto
Com este ser indecifrável
As vezes nem vejo
Que ele já passou.

Júnior, V. Aguiar de Lima.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vivo pensando
Criando
Escrevendo
Passo a limpo
Mas não entendo
Crio de novo
Escrevo
Mostro aos outros
Eles entendem
Ou fingem entender
Às vezes escondo
Não escrevo
Fica na cabeça
E se perde
Mas crio
Não paro de criar
Até mesmo agora
Enquanto crio este
Penso em outro
Mas não entendo
Que dom é esse?
Pois crio
Dia e noite
Mas não entendo
Apenas crio
E escrevo
Mostro aos outros
E eles entendem.

Júnior, V. Aguiar de Lima.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lembranças do boêmio

Ao sentir o vento frio da noite na beira da praia bater na minha nuca
Lembranças ardentes dos dias mais quentes consigo encontrar
Como naquele dia, naquela alegria, brincando num bar, jogando sinuca
 De tão empolgado ganhando meu jogo em você esqueci de pensar

Não lembrei daqueles dias que você me reclamava da barba mal feita
Rossando-lhe o pescoço, machucando-lhe um pouco, me pedindo pra parar
Pois na alegria de momento o coração do boêmio a tristeza não aceita
E sem você na minha vida confesso com a verdade que não preciso mais amar

Eu lembrei daquele dia em que não houve nem sequer uma beijo de amor
E naquele momento meu sorriso meio torto não quis mais me contemplar
Porém vi em volta amigos na boemia, sorrindo de alegria e esquecendo a nossa dor
Entao alegrei-me um pouco concentrei-me no meu jogo e a última bola consegui encaçapar

Fernando Ximenes Alves.
 


Sacudi toda a poeira que em mim estava
Apaguei toda a mágoa que estava no meu coração
E de novo deitei-me sobre a areia, na fria solidão
Esperando por uma onda de boa vontade

Nem minha, nem sua, nem de ninguém
E de quem seria a boa vontade de que esperava?
Sempre me perguntava, mas nunca me era respondido
Nem mesmo no fundo tenebroso do meu cérebro 

O doce encanto poético do meu ser
Conduzia-me para o abismo da insanidade
Lugar de alegria e tormento, doçura e desolação 
De onde vinha toda minha inspiração equivocada

Mas é sempre assim, no equívoco da vida
No trânsito entre amor e ódio, se é que existe transição
Que tudo que é poético torna-se inabalável
E o muro da solidão cai perante as palavras do poeta.

Júnior, V. Aguiar de Lima

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Não sou romântico e nem me considero um
Mas sei que eu não gosto de atum
Se dizes "o amor acabou" ele deve ter existido
Mas quem disse que uma rima deve ter sentido

Quando isso aceitares será melhor, vais ver
E não me venha com essa de que estás sem entender
Nem me olhe com essa cara de leão faminto na savana
Pois para tu estou pintando porcelana

Eufemismo, eufemismo, o uso foi preciso
Tu não gostarias de ouvir o que eu queria ter dito
Mas tua zangada resposta teria me divertido

E para finalizar este soneto insensível
Com rimas sem sentido e métrica flexível 
Não rimarei no verso final.

Júnior, V. Aguiar de Lima
Sobrevivente de mil paixões
Fugitivo de mil amores
Vago agora sozinho por aí
Andando sem meu coração
Que há muito tempo eu perdi
E nem mesmo sem para quem
E tampouco quando 
Apenas sei que agora estou só
Caminhando no escuro 
Vagando sem destino
Percorrendo mil terras
Conhecendo mil culturas
Esquecendo meus mil amores
Porém, me apaixonando de novo
Mil outras vezes.

Júnior, V. Aguiar de Lima