domingo, 1 de setembro de 2024

Um brinde à tristeza que me carcome.
Eu já aceitei meu amargo destino.
Sou um vazio, sofrendo desde menino,
Que foi registrado sem sobrenome.

O dissabor da noite já me consome;
Sinto subir à boca um retrogosto alcalino.
Meu espelho reflete tudo o que abomino,
Quem se mistura comigo farelo come.

Até no Zodíaco já busquei justificativa
Para essa minha existência à deriva.
Mas nem os astros responderam meu choro.

Eu tentei ser o homem da gravata florida,
Apenas para descobrir que minh'alma é lúrida.
Onde piso deixo um rastro de mau agouro.

V.

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