domingo, 26 de janeiro de 2025

Arimã

E no Fim haverá somente o Abismo.
Reino onde um mitológico lunático
Refugia-se de um mal psicossomático
Escondido nas trevas do lirismo.

Nos braços de Arimã, esse iconoclástico
Professor de um dantesco fatalismo,
Com o seu axiológico hedonismo
Aninha-se no abraço hipercatártico.

Com o choro abafado pelo riso
Da Criatura do Último Juízo
Segue o poeta descendo em espiral.

“Do Nada veio, ao Vazio voltará”,
O último verso que ele rimará
Entrelaçado ao Mal primordial.

V.


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