domingo, 5 de janeiro de 2025

Esta escuridão no meu quarto assombra-me.
Já passa da meia-noite. Acendo a luz.
Apago a escuridão que me seduz,
Encaro o canto obscuro e um tanto infame.

E digo: "se há alguém aí, fale o seu nome!"
Silêncio, apenas, mas algo entreluz...
Prontamente, uno meus dedos em cruz!
Sinto que nos pulmões o ar já me some.

As pernas trepidam, falta-me o chão.
Sufoco com o horror e vejo, então:
É a lâmina da Morte que cintila.

Ouço o rangido da tesoura de Átropos.
E, com meus pensamentos misantropos,
Zombo da foice na ânsia de senti-la.

V.


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