Mais um soneto metalinguístico... sério?
E nem é um desses que se pode rotular vivaz.
Escrevam logo na minha testa: "Aqui jaz
Um poeta que nunca fez da escrita um mistério."
E nem é um desses que se pode rotular vivaz.
Escrevam logo na minha testa: "Aqui jaz
Um poeta que nunca fez da escrita um mistério."
Esperarei a visita de Erato nesse cemitério
De rimas pobres, todas sobre o que um poeta faz.
Será que se eu vendesse minha alma para Satanás
Conseguiria enfim escrever um texto não estéril?
Será que me falta uma Musa de verdade,
Que me faria debruçar sobre o papel com vontade
Até que uma poesia livre de amarras surgisse?
De fato, estou triste com o poeta que me tornei,
Em nenhum reino posso dizer que sou amigo do Rei.
Meus versos carregam o amargo selo da breguice.
V.
Nenhum comentário:
Postar um comentário