sexta-feira, 8 de novembro de 2024

O canto escuro do quarto assombra-me.
Já passa da meia-noite, acendo a luz,
Mato a escuridão que meu espírito seduz.
Encaro o canto escuro, tenebroso e infame.

E digo: "se há alguém aí, fale o seu nome!"
Nenhuma resposta, mas algo entreluz...
De pronto, uno meus dedos em cruz!
Sinto que nos pulmões o ar já some.

As pernas trepidam, sinto faltar-me o chão.
Quando o pavor já quase tomava conta, então
Percebo que é a foice da Morte que ali cintila.

E com o meu destino selado por Átropos,
Todos os meus diferentes "eus" misantropos
Sorriem para a foice aguardando a hora de senti-la.

V.

Nenhum comentário:

Postar um comentário