sexta-feira, 21 de abril de 2023

Soneto n° 14, de Shakespeare.

Meu juízo não vem das estrelas;
E olhe que eu entendo de astronomia,
Mas não a ponto de anteceder mazelas,
Nem pragas, ou se irá bem a agronomia.

Não adivinho nem a sorte imediata,
Para apontar os infortúnios de alguém,
Ou evitar que o príncipe caia em negociata,
E predizendo coisas do além:

Mas dos teus olhos vem minha sabedoria,
As estrelas eternas, lá vejo com clareza
A beleza e verdade florescerem, em teoria,
Se em ti gestares tamanha pureza;

Do contrário, que minhas rimas não te iludam:
Toda tua verdade e beleza em ti findam.

Tradução: V.

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