segunda-feira, 17 de abril de 2023

Eu sou o clássico bon-vivant.
Boêmio e um tanto emocionado,
Mas por dentro triste como um fado,
Que para beber venderia a alma a Satã.

Não levo minhas tristezas para o divã.
Se guardá-las não serei julgado,
E terei apenas da vida gozado
Sem nunca me preocupar com o amanhã.

O que mais poderia querer um boêmio?
Viver a boa vida já é suficiente prêmio,
Mesmo com inevitável fim trágico.

Amigos para beber e um amor inglório.
Mas acabada a farra ninguém irá ao velório
Deste triste poeta vadio e verborrágico.

V.

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