sexta-feira, 13 de maio de 2011

O Louco e o Macabro, Parte IV :


Com tranquilidade disse o Macabro:

"Se você não me entende, então não se entende
A contradição está nessa conversa, não em mim
Se você acha isso contraditório ou confuso
Você realmente deve ser Louco
Não procure em mim o que você quer em você
Não se expanda para fora do seu corpo
Viva uma vida apenas, a sua vida e só
Deixe de viver por dois, por nós dois, eu digo
Não sei se sua pobre mente fragilizada
Conseguirá entender o que eu quis dizer agora
Não sei se sua pobre mente fragilizada 
Poderá entender o que você quis que eu dissesse."

Um pouco confuso respondeu o Louco:

"Agora começo a entender, pouco a pouco
E não sei como pude me enganar por tanto tempo
Confesso que as contradições são culpa minha
Mas as joguei para você por algum motivo
Motivo esse que não conhecia até então
Mas que agora faz total sentido para mim
Um pobre Louco que apenas se expandiu
Saindo dos limites de seu próprio corpo
E me refletindo em algo, em algo bem Macabro
Agora sei onde foi parar esse reflexo
Sei o que esse reflexo se tornou
O meu eu expandido não se contentou comigo
E criou um alter ego, que você já conhecia
O meu pobre reflexo Louco não é meu
O meu pobre reflexo Louco é Macabro
Agora entendo, você sou eu
E esse é o exato momento
Onde o Louco se torna Macabro."

Fim.

Júnior, V. Aguiar de Lima.

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