Sacudi toda a poeira que em mim estava
Apaguei toda a mágoa que estava no meu coração
E de novo deitei-me sobre a areia, na fria solidão
Esperando por uma onda de boa vontade
Nem minha, nem sua, nem de ninguém
E de quem seria a boa vontade de que esperava?
Sempre me perguntava, mas nunca me era respondido
Nem mesmo no fundo tenebroso do meu cérebro
O doce encanto poético do meu ser
Conduzia-me para o abismo da insanidade
Lugar de alegria e tormento, doçura e desolação
De onde vinha toda minha inspiração equivocada
Mas é sempre assim, no equívoco da vida
No trânsito entre amor e ódio, se é que existe transição
Que tudo que é poético torna-se inabalável
E o muro da solidão cai perante as palavras do poeta.
Júnior, V. Aguiar de Lima
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