segunda-feira, 31 de março de 2025

Eu sou o baralho marcado
Que se corta de maneira ludibriosa.
Eu sou a carta do Enforcado
Puxada por uma charlatã ardilosa.

Eu sou a hera venenosa
Que há de deixar-te intoxicado.
Eu sou a desilusão amorosa
Que deixou teu coração calcificado.

Eu minto. Eu finjo. Eu fujo.
Eu não passo de um bicho sujo
Viciado no próprio reflexo.

Eu sou a rima perdida na tradução.
A anedota antológica da aliteração
Forçada em um verso desconexo.

V.


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