quarta-feira, 31 de julho de 2024

Na minha gaveta há muitas rimas mortas.
Rimas pobres, porém, ricas em saudade.
O texto mentiroso mais cheio de verdade:
A Poesia de amor escrita em linhas tortas.

Escrita pela mão que o baralho marcado corta.
Que sabe qual carta será puxada, sem vontade,
Por alguém que já duvida de minha idoneidade
De poeta vadio que com a vida não se importa.

Na metalinguagem das minhas rimas deixo escapar
Que na minha Musa não paro de pensar,
Mas apenas o mofo no fundo da gaveta lerá.

Rimas mortas servindo de matéria orgânica,
Farão crescer um bolor de aparência tifônica,
E que aos poucos meu pobre coração matará.

V.

domingo, 21 de julho de 2024

Não é mais sobre minha tristeza.
Não é mais sobre o que eu queria,
Nem sobre o amor que eu daria.
Não é mais sobre a tua beleza.

Agora é sobre a amarga estranheza
Que sinto ao pensar que me perderia,
E que neste papel encontraria
Mais um soneto sobre ti, ó ex-deusa.

Não é mais o que poderia ter sido.
Não é mais um poema que será lido.
Agora é um pensamento que já não é.

Agora é um sentimento que passou.
Só o papel encharcado de lágrimas ficou.
Meu amor virou uma nota de rodapé¹.

¹ já não é.
Vanderley Aguiar.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

A vida é complexa.
Eu sou real. 
Sentir é complexo.
Sentimento é real.
Vivo entre o real e o imaginário,
Entre o sobrenatural e o ordinário.
Eu sou um ser complexo,
Vivendo uma vida real.
Eu amo, sofro, choro.
Eu sou.
Real.
Complexo.
E mais real ainda é o que sinto.
O mais complexo sentimento.
Que de tão real chega a ser imaginário.
Fictício.
Extraordinário.
Um amor complexo,
Inventado para ser real.

V.