sábado, 27 de setembro de 2025

O Fado do Boêmio

Eu sou um inveterado bon-vivant.
O clássico boêmio emocionado,
Mas por dentro tão triste quanto um fado,
Por bebida, eu daria a alma a Satã.

Não levarei aflições para o divã.
Se guardá-las eu não serei julgado,
E terei apenas da vida gozado
Sem me preocupar com o amanhã.

O que mais poderia querer um boêmio?
Viver a boa vida é meu único prêmio,
Além de um doloroso final trágico.

Farras, amigos  e um amor inglório,
Mas no fim, estará vazio, o velório,
Deste poeta vadio e verborrágico.

V.


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